Cariocas são bacanas… Veganismo no Rio.

Sabe aquela história de que a grama do vizinho é sempre mais verde que a sua? Isso é muito comum acontecer em viagens, pois volta e meia quando visitamos um lugar os moradores acabam se surpreendendo com algumas opções e locais que encontramos. E depois de quase um ano de blog e pedidos, percebemos que estávamos caindo nessa história, pois até hoje não tínhamos um post do Rio de Janeiro. Então, começamos a relembrar os lugares que já visitamos na nossa cidade e os que seriam legais para indicar a vocês. Estamos passando aqui o nosso olhar sobre o Rio, e assim o vendo com mais atenção também.

O Rio de Janeiro é uma grande cidade dividida em regiões. O Centro é histórico, o Rio Antigo. A zona sul é a mais rica e turística, onde os visitantes costumam se hospedar e passar a maior parte do tempo pelas praias e bares da região, sendo levados pela Bossa Nova. A zona norte é o característico subúrbio, inspirando o samba. E ao som do funk carioca, chegamos a zona oeste, a área rural da cidade. Essa última é onde moramos, e fica há uma hora  (sem trânsito) do centro e zona sul, e onde atua a União Libertária Animal (ULA). Portanto, daremos atenção especial a essa região, e dividiremos as informações sobre o Rio em dois posts, sendo o último, exclusivo da zona oeste.

Começamos este com as regiões turísticas. A zona sul é onde abriga o maior número de restaurantes veganos da cidade. E como no centro e zona sul há mais opções, daremos preferência aos restaurantes 100% veganos e aos lugares turísticos, claro. Sabemos que na Zona Norte ainda não há um restaurante exclusivamente vegano, mas pedimos aos que conheçam opções na região, que compartilhe conosco nos comentários.

Segue abaixo a nossa lista pessoal dos 10 lugares de comida, diversão e arte no Rio! Aproveite, pois apesar dos problemas de administração, a cidade continua encantadora!

E para entrar no clima carioca, um pouco de bossa nova 😉


1. Feijoada do Vegan Vegan em Botafogo (Zona Sul).

A feijoada é o prato tradicional do Rio de Janeiro! E no Vegan Vegan, encontramos a melhor! O restaurante é a la carte e possui outros pratos, mas vale muito a pena experimentar a feijoada vegana de lá. Ela tem legumes, tofu defumado, salsicha de soja… Uma mistura deliciosa e que mantém o sabor tradicional, sem deixar a ética e a saúde de lado. O ambiente é tranquilo, pequeno e sofisticado na medida. Também tem um sorvete de gengibre muito gostoso e diferente, bem refrescante para os dias mais quentes.

A melhor feijoada do Rio! E vegana, claro!
A melhor feijoada do Rio! E vegana, claro!

Rua Voluntários da Pátria, 402: Botafogo

2. Passeio de pedalinho na Lagoa (Zona Sul).

Em casal ou com amigas e amigos, é sempre muito divertido fazer esse passeio e aproveitar a tranquilidade das águas no meião da Lagoa Rodrigo de Freitas e a belíssima vista ao redor. Há pedalinhos para até 6 pessoas de uma vez.

Pedalinho na Lagoa Rodrigo de Freitas Pedalinho na Lagoa Rodrigo de Freitas

3. Ótima comida e sorvete de tofu no Vegetariano Social Club no Leblon (Zona Sul).

A comida de lá é leve e bonita. Mas o destaque é o bolo com sorvete. Já imaginou um sorvete super cremoso e gostoso, e sem leite, sem nada de origem animal? É esse! Aliás, é o mais gostoso que já provamos desde antes do veganismo! E o restaurante abre para o jantar.

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R. Conde Bernadotte, 26 – Leblon

4. De tudo um pouco no Refeitório Orgânico em Botafogo (Zona Sul).

Se você está esfomeado e quer experimentar de tudo, você encontra no Refeitório Orgânico um buffet livre com cozinha brasileira e internacional. Vai de sushi a acarajé e tudo muito bem temperado! Tudo vegano!!! Paraíso! O lugar é bem rústico e bonito. Mais amplo que os demais restaurantes veganos da cidade, mas costuma encher.

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R 19 De Fevereiro, 120 – Botafogo

5.  Abrir os braços para o Rio com o Cristo Redentor, em Cosme Velho (Zona Norte).

Esse é básico! Todo turista vai, e todo carioca deveria ir pelo menos uma vez na vida! Uma das sete maravilhas do mundo, é uma escultura suntuosa, mas o que mais se curte lá é a belíssima e quase completa vista da cidade. Ele está no morro do Corcovado, em meio a Floresta da Tijuca, que foi reflorestada na época de Dom Pedro II, pois seu desmatamento para plantio de café resultou em falta de água para a cidade. Olha aí!

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6. Dona Vegana (Centro).

O lugar é novo, tem um bom espaço, ótima localização no centro da cidade, e buffet com pratos gostosos, internacionais e típicos brasileiros. O diferencial é que o lugar não é natureba e/ou indiano como costumam ser os restaurantes veganos no Rio,e tem sorvetes, tortas, docinhos, salgados… estilo uma lanchonete/padaria. Bem legal! Muito bom ter um lugar assim TODO VEGANO!!! E tem também o açaí, típico do Brasil. Melhor que qualquer sorvete! Ah, o lugar costuma abrir espaço para ações de ativistas também, como exposição de fotos, confraternizações, almoço beneficente…. bem legal!

Av. Marechal Floriano, 13 – Centro.

7. Teatro Municipal (Centro).

Para quem pensa que precisa de grana e muita sofisticação para aproveitar o Teatro Municipal do Rio, está enganado! Há sempre espetáculos de dança em cartaz, com valores bem diversos. O Teatro Municipal tem mais de 100 anos e passou recentemente por uma reforma que descobriu, por exemplo, que as águias de aço ao invés de serem pretas, eram originalmente douradas, voltando a sua cor anterior! Ele está ainda mais lindo!

O Quebra Nozes no Teatro Municipal.
O Quebra Nozes no Teatro Municipal.

8. De tudo um pouco no Tempeh (Centro).

O Tempeh é muito parecido com o Refeitório Orgânico, com a diferença que você pode optar pelo buffet livre ou pagar por peso. Ele está localizado em uma sobreloja no Centro da Cidade, entre o CCBB e a Praça XV. Os doces também são ótimos, e tem sempre um chá disponível para depois das refeições.

tempeh vegan rio de janeiro

Rua 1º de Março, 24 Sobreloja – Centro

9. Jardim Botânico (Zona Sul).

Ah, o Jardim Botânico! Cenário de novelas e estudos científicos! Ótimo passeio para se tranquilizar, olhar pássaros livres, aproveitar a sombra de árvores centenárias e se refrescar em bebedouros e chafarizes monumentais.

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Jardim Botânico

10. Show no Circo Voador na Lapa (Centro).

O Circo Voador é um lugar com significado muito forte para o Rock brasileiro e a cultura carioca! Foi berço de bandas como Barão Vermelho com o Cazuza, desde o inicio da década de  80. Em 1996 foi fechado e reaberto em grande estilo em 2004, com grande mobilização cultural. Além de shows, o local tem cursos e projetos sociais. Já curtimos cantores mais renomados como Nando Reis e Geraldo Azevedo até belas novas canções do Cïcero e Letuce. É muito diversificado e não poderíamos deixar de indicar esse lugar tão especial para nós.

Aproveite e conheça um pouco do Cícero:
Se quiser ouvir o álbum completo, baixe no site dele! Tá liberado para quem quiser: http://www.cicero.net.br/

E para chegar com tudo no Circo Voador nada melhor do que um “esquenta” na área da capoeirista Madame Satã. Tem para todos os gostos, desde bares, sinucas, gafieira, pub irlandês ou bar mexicano.

Outros lugares que valem a pena passar: Parque Lage, Mosteiro de São Bento, Igreja da Candelária, Bondinho da Urca, pôr do sol na praia do Arpoador, passeio de troller na Quinta da Boa Vista com visita ao Museu Nacional cheio de dinossauros e múmias,… O prédio do Museu Nacional foi residência da família imperial até 1889.

E você, tem lugares para indicar no Rio de Janeiro, e que não exploram animais? Escreva nos comentários! 🙂 
Vejam também o último post sobre o Rio de Janeiro, falando da nossa zona oeste! Clique AQUI.

EXTRA:

– Rio Vegano (NOVO! zona sul)

Ainda não conseguimos ir. Ficamos felizes de ver mais um estabelecimento 100% vegano no Rio. Tem cardápio no site. Fica na Rua Barata Ribeiro, 806 – Copacabana.

– Rio Vegetariano no Cobal Humaita (Zona Sul).

Ainda não conhecemos. No entanto, há quem o tenha como predileto no Rio. Estamos há um tempo esperando a oportunidade de apreciar a culinária e ambiente badalado de lá. Está na nossa lista para 2013. Rua Voluntários da Pátria, 448 – loja 83/84 Cobal – Botafogo

– Spazziano (zona sul)

Também estamos pra conhecer. O restaurante veganizou. Ambiente mais sofisticado e raw food (crudívora). Rua prudente de Morais, 729 sobreloja – Ipanema.

– Vegano Delivery (Centro)

Esse pode ser legal pedir quando não quiser sair do hotel. Os pratos são lindos e brasileiríssimos. http://veganodelivery.com.br/

Paraty para vegetarianos

Estamos de volta a um lugar que gostamos muito: Paraty, cidade litorânea a 2 horas de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. A cidade possui o Centro Histórico com casas coloniais e ruas de pedra sem circulação de carros, um dos maiores destinos turísticos do país. Essas casas históricas abrigam hoje pousadas, restaurantes, ateliês e lojas de cachaças de produção local e artesanal.
artesanato paraty

Assim que chegamos, antes de ir para a pousada, paramos no Istambul para almoçar, pois ele fica bem próximo a rodoviária. É um restaurante turco pequeno e muito bonito. Se você caçar no menu e pedir pra tirar um iogurte aqui e um queijo acolá, perguntar se a massa em questão leva ovo ou leite, consegue encontrar ou elaborar algo vegano. Comemos kebab de falafel e de legumes refogados e hummus com pão sírio. Ah, e claro, fechamos com o café turco, aquele que vem com borra e você lê o seu futuro no desenho que ela forma da xícara.

Kebab de falafel e hummus no Istambul

Kebab de falafel e hummus no Istambul

À noite, procuramos pelo que seria o único restaurante vegetariano de Paraty, o indiano Ganges. Não temos boas notícias. Paraty não tem mais nenhum restaurante vegetariano. O destino então nos levou ao requisitado Margarida Café. Não é barato, mas vale a pena por ser a melhor noite do centro histórico (para quem curte balada, fica a dica do Paraty 33), com ótima música ao vivo, decoração, ambiente, atendimento, seleção de bebidas e a melhor pizza que já provamos! Sim, pizza. Não, não há pizza vegana no menu. Aliás, não há nada especialmente vegano no menu do Margarida, mas a variedade de ingredientes nas pizzas nos chamou a atenção. Há várias combinações sem carnes de animais. Escolhemos a “pizzaiolo” que vem com molho de tomates frescos, azeitonas, shimeji, shitake e champignon, e pedimos para não colocar o queijo. O garçom confirmou que a massa, como costuma ser, não continha leite ou ovos. Resultado, uma pizza vegana suculenta e saborosa.

Paraty 2012 Pizza de cogumelos do Margarida Café
O almoço do dia seguinte foi no Restaurante Arpoador, na Rua da Matriz. Eles tem uma moqueca vegetariana, acompanhada de arroz e um inacreditavelmente delicioso pirão. Tudo vegano, já que a moqueca é temperada no dendê e o pirão é feito com o próprio caldo da moqueca de legumes com a farinha de mandioca. Tudo muito bom! Mas uma dica, a porção para dois deles, vale para um batalhão. Se estiver em dois, peça para um.

Moqueca vegetariana do restaurante Arpoador

Moqueca vegetariana do restaurante Arpoador

As praias e ilhas de Paraty fazem parte da Baía de Ilha Grande e são paradisíacas.  Como pelo visto não estamos tendo muita sorte na escolha de data para viajar ao litoral, passamos por dias nublados. No entanto, em nossa última visita fizemos um passeio de saveiro, que passou em algumas praias e ilhas para mergulho, e é simplesmente o máximo! Água, areia, vegetação… tudo exemplo da perfeição da natureza. De maneira nenhuma, com tempo bom, deixe de visitar essas praias fora do centro. Na Praça do Chafariz há lugares para comprar o passeio que custa em média R$40,00 por pessoa, incluindo consumação de frutas a bordo.

Tiago relaxando em alguma praia de Paraty em 2009.

Tiago relaxando em alguma praia de Paraty em 2009.

E perto da Praça do Chafariz, seguindo a Av. Roberto Silveira, encontrará a Sorveterapia, com sorvetes naturais, sem gordura hidrogenada e os de frutas são sem leite animal, portanto, sorvete vegano! Lá também costuma ter sabores exóticos como melissa e erva cidreira, mas estão em falta. Não é muito barato, ele é self service e umas 5 bolinhas custou em torno de oito reais! Mas encontrar sorvete vegano sempre vale a pena!

Sorvete sem lactose e natural, vegano, no Sorveterapia.

Sorvete sem lactose e natural, vegano, no Sorveterapia.

A pedida do centro histórico de Paraty é andar muito e com tranquilidade! E é muito prazeroso fazer isso por lá, já que as ruas são lindas e cheias de história. Lamentável é ver que a escravidão ainda não acabou em Paraty por meio das charretes. De vez em quando o encanto é cortado por uma charrete passando. Um cavalo escravizado forçando os músculos do pescoço e o corpo todo fatigado amarrado a um monte de apetrechos que o imobilizam, forçam e o atrelam a carroça como se fosse uma extensão macabra de seu corpo apropriado, a alma apática e a vida usurpada para carregar alguns turistas que teimam em não ter apatia, senso crítico e de justiça. Alguns, antes de subir ou depois, ainda tiram fotos, como se isso fosse algo belo a se ter orgulho e registrar para a posteridade. Também tiramos algumas fotos, mas não para mostrar a charrete, como muitos vêem. Mas para mostrar que ali no meio daqueles ferros e madeiras, debaixo de amarras e chicotes, há alguém, não uma coisa. Esperamos que um dia os vejam como tal, e os libertem dessa escravidão.

Centro Histórico de Paraty

Centro Histórico de Paraty

Cavalos escravizado em charrete de Paraty

Cavalos escravizados em charrete de Paraty

A noite jantamos no Flor do Rio, onde ficava o Grão da Terra, restaurante vegetariano que agora só faz entregas e não tem espaço físico. O Flor do Rio fica a beira do Rio Perequê-açú bem ao lado da segunda ponte que o atravessa. Não é um restaurante vegetariano, como chegamos a ler na internet. Há muitos pratos com carnes e outros com queijos, inclusive coalho, que usa enzinas digestivas. No entanto, há como pedir para preparar sem queijo e foram os pratos que mais apreciamos em Paraty, dentre as outras ótimas opções. Foi um risoto de pupunha e um escondidinho de cogumelos, feito com batata baroa, que acompanha arroz integral e uma caprichada salada.  De aperitivo, uma caipirinha de abacaxi com pimenta dedo de moça e uma Gabriela, que é cachaça com cravo e canela.

Risoto de pupunha e escondidinho de cogumelos no Flor do Rio

Risoto de pupunha e escondidinho de cogumelos no Flor do Rio

O almoço do último dia foi no elegante Banana da Terra, na Rua Dr Samuel Costa. Fizemos questão pela moqueca vegetariana diferenciada, feita com banana, palmito e pimenta de bico. Já o acompanhamento é arroz e uma farofa que pedimos para ser feita no azeite, mas eles disseram que ela já fica pronta e é feita com manteiga. De qualquer forma, ela não faz falta. Valeu experimentar, mas a moqueca do Arpoador também é muito boa e sai bem mais em conta.

Moqueca vegetariana no Banana da Terra

Moqueca vegetariana no Banana da Terra

Como última dica, lemos que o bar restaurante O Café teria sempre uma opção vegetariana do dia, e uma lasanha de legumes com massa de palmito. O procuramos na Praça da Matriz, mas ele mudou de endereço. Fica a dica para quem for à Paraty procurar por ele. Está fora do Centro Histórico, mas não muito longe, na Rua Marechal Santos Dias, a meio quilômetro da Praça do Chafariz.
Fechamos com as fotos que vimos em uma exposição no Centro Cultural, onde uma câmera fotográfica foi dada a algumas crianças de Paraty para eles capturarem o que preferissem. Nos chamou a atenção as fotos de 3 meninos, o Felipe Maurício Rocha de 8 anos, o Keven Caique de 10 anos  e o Gilliardson Barcelon de 11 anos. Eles voltaram seus olhos para cães e gatos nas ruas e em casebres da cidade. Nota-se uma sensibilidade aflorada no olhar dessas crianças, e a importância de dar suporte e incentivar isso, para que não se perca ao longo da vida.

Felipe, de 8 anos, fotografa cão andando nas ruas de Paraty

Felipe, de 8 anos, fotografa cão andando nas ruas de Paraty

Saiba mais sobre a escravidão de animais em carroças e charretes e soluções AQUI.

Material de Direitos Animais para crianças do Projeto Ulinha AQUI.

PS: Há uma pousada vegetariana em Paraty! A Solar D’Alcina Pousada. Usam inclusive a palavra vegan no site! Uma pena termos descoberto depois de reservarmos outra. http://www.solardalcina.com.br/

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A ensolarada, simpática e vegetariana Curitiba

Praça Tiradentes

A família paterna da Dani é dessa cidade. Talvez, sua veia ecológica e o sorriso sempre estampado no rosto venham daí. O Tiago ficou curioso com tudo isso e essa seria uma ótima oportunidade para descobrir o motivo dela comer tanto pinhão. Então, fomos buscar essas origens e escolhemos o nosso destino: a capital do Paraná, Curitiba, a “Cidade Sorriso”, “Capital Ecológica do Brasil” e “Capital das Araucárias”.

Animais e Araucárias no Praça Garibaldi, Setor Histórico

Animais e Araucárias no Praça Garibaldi, Setor Histórico

Nos hospedamos no centro, próximo ao setor histórico, e assim tivemos liberdade de visitar os locais a pé, caminhando pelas ruas, se misturando a cidade, descobrindo e adentrando os prédios. Passamos na Catedral Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, centros culturais com exposições de artistas locais, Rua das Flores, Casa Memória Curitiba, Centro Islâmico e o lindo Paço da Liberdade.

Paço da Liberdade no Setor Histórico de Curitiba

Uma das vantagens de Curitiba para quem deseja conhecer os pontos turísticos da cidade com segurança, comodidade e controle de custo, é o ônibus turístico. Porém, diferente do de Buenos Aires , aos invés de ter limite de dias e reembarque ilimitado, ele pode ser usado em qualquer dia com limite de quatro reembarques. Achamos uma desvantagem, pois você acaba tendo que planejar muito bem onde parar, e para conhecer tudo, acaba tendo que comprar outro passaporte ou chamar táxi, pois uma parada turística é bem longe da outra. A vantagem é que, apesar do ponto inicial ser na Praça Tiradentes, os tickets são comprados no ônibus, em qualquer parada. Uma característica infeliz que eles tem em comum é o atraso, então se preparem para esperar de 20 a 40 minutos, ou mais.

Uma dica é aproveitar os pontos mais famosos no primeiro dia, como o Jardim Botânico ou o Museu Oscar Niemeyer, e ao dar a volta no ônibus, que é circular, analisar os demais pontos para escolher quais valem a pena parar. A viagem apesar de ser um pouco longa, é perfeita para contemplar as variações dos bairros da cidade, sempre bem arborizados e limpos. Entramos no ônibus de tarde e  só desembarcamos de noite. Aproveitamos todos os aromas e a mudança do clima, da tarde encalorada para a noite gelada.

Museu Oscar Niemeyer

Museu Oscar Niemeyer

E já no primeiro dia não perdemos tempo e almoçamos no Balarama, que é o único restaurante vegano da cidade. É bem localizado no centro histórico, de comida indiana simples, bonito e com preço justo. O buffet é livre, incluindo o suco e as sobremesas. Super indicado! Eles foram muito atenciosos e simpáticos conosco. Aliás, tod@s da cidade foram, quebrando o falso estereótipo sulino de “povo fechado”. Além disso, o lugar tem adesivos sobre veganismo e outros cartazes de diversos movimentos sociais. É muito legal ver um local com tanta informação relacionada a libertação animal humana e não-humana.

Delicioso e diversificado prato vegan no Balarama
Delicioso e diversificado prato vegan no Balarama

Depois de aproveitar a viagem no ônibus turístico e já traçarmos qual seriam os nossos destinos no dia seguinte, só restou uma opção: comer de novo! A noite, tivemos um jantar muito agradável na cantina italiana Originale, no bairro Cabral. No cardápio, há um lugar reservado para “Seleção Vegan”, com vários pratos. Pedimos um nhoque de espinafre com molho de pimentão, e um vinho Casillero del Diablo para acompanhar. O prato estava delicioso, o lugar é aconchegante, bem decorado e com ambiente tranquilo.

Nhoque vegan de espinafre e molho de pimentão na cantina italiana Originale
Nhoque vegan de espinafre e molho de pimentão na cantina italiana Originale

No sábado, a cidade estava se preparando para a Festa da Luz e já haviam barraquinhas montadas próximo à Igreja do Rosário dos Pretos. Lá encontramos uma barraca especial, com materiais das Ongs de proteção animal Beco da Esperança e a Associação do Amigo Animal. Esta última, reparamos no material informativo o cuidado especial com os animais, em usar termos respeitosos como “GUARDA Responsável” e “EVENTO de adoção”, além dos eventos beneficentes serem vegetarianos.

ong proteção animal beco da esperança e Associação Amigo Animal na festa da luz
Blusas com mensagens a venda na barra das Ongs Beco da Esperança e Associação Amigo Animal

Morgados de subir e descer ladeiras e rodopiar praças, e na dúvida se os restaurantes estariam abertos devido ao feriado da padroeira, decidimos ir a um restaurante ali no centro histórico, onde já havíamos visto aberto, e com uma linda fachada, o Oriente Árabe. É sabido que a cozinha árabe possui muitos pratos tradicionais sem nada de origem animal e pudemos fazer um almoço bem variado e com ótima qualidade oferecida pelo restaurante. Babaganuch, homus, tabule, falafel e arroz com lentilha e cebola caramelada!

Almoço vegan no Oriente Árabe
Almoço vegan no Oriente Árabe

Quando nos afastamos no centro para visitar os bosques, parques e palácios, fica mais complicado encontrar restaurantes, portanto vale se manter com sucos nutritivos aproveitando o calor, como o maravilhoso suco natural de amora na entrada do Bosque Alemão e o caldo de cana com limão na Ópera de Arame. Aliás, o Bosque do Alemão é um lugar lindo que vale a pena visitar, e tem uma trilha divertida do João e Maria, da história dos irmãos Grimm.

Suco natural de amora no Bosque do Alemão

Suco natural de amora no Bosque do Alemão

E como nem tudo são flores, mesmo na florida e cheirosa Curitiba, apesar dos empreendimentos da cidade já se atentarem para o público vegetariano, com opções de hamburgueres, salsichas e recheios vegetais, que encontramos no Zapata, Vininha, Dom Corleone e Au Au Lanches,  pecam ao esquecer do veganismo, não dando atenção a detalhes importantes como o leite na massa. Detalhes esses que promovem um abismo entre eles e esse público fiel, causando frustração. Por isso, vale sempre mandar e-mail ou mensagens pelo Facebook para esses locais, motivando a se atentarem para o veganismo.
Como última dica e de ouro, reserve o passeio ao Jardim Botânico para o momento do pôr do sol. Não havíamos planejado isso e foi uma grata surpresa. O local rende ótimas fotos com vários tons de cores! Realmente é um visual único os tons alaranjados e dourados nos vitrais no Palácio de Cristal, o clima ameno nos jardins impecáveis, e a visão ampla da cidade ao longe e o sol de pondo. Até a próxima!

Jardim Botânico
Jardim Botânico

Gostaríamos de agradecer as indicações atenciosas do pessoal do grupo “Vegetarianos e Veganos Curitiba” no Facebook, e do grupo Onca.

Mas, pera, pera, pera, pera! Em Setembro de 2013 nós voltamos a Curitiba e encontramos mais dicas maravilhosas, como esse hamburguer vegano aqui embaixo! hehe Não deixe de conferir mais dicas para um roteiro vegano em Curitiba AQUI.



Restaurantes:

Balarama: www.balarama.com.br/

Originale: www.originale.com.br/

Oriente Árabe: www.orientearabe.com.br

Direitos Animais em Curitiba

Onca: http://www.onca.net.br

Associação Amigo Animal: http://www.amigoanimal.org.br

Beco da Esperança: http://www.becodaesperanca.org/

Curiosidade

O Hotel Guaíra possui restaurante vegetariano. Não chegamos a conhecê-lo. http://www.hotelguaira.com.br/

Dicas extras 

Não tivemos temos de ir em todos. Demos preferência ao Balarama, que é o único 100% vegano da cidade. Mas segue abaixo lista de uns que possuem opções vegan também:

Pin-chan – Buffet a quilo com opções veganas. – Rua Floriano Essenfelder, 475 – 32534969 / ABERTO De Segunda a Sábado.

Formosa – Buffet livre ovo-lacto de comida taiwanesa/chinesa com opções veganas.  Suco da vida incluso. – Rua Trajano Reis, 170 SÃO FRANCISCO 30396818 / ABERTO De Terça a Domingo.

Clorofila – Infelizmente, serve peixe. Mas tem opções vegans. – R. Saldanha Marinho, 1110, Centro.

Mahatma Gourmet –  São 10 pratos quentes diferentes todos os dias. Normalmente 7 deles são veganos. Não usam ovos, cebola e alho. – Rua Professor Macedo Filho, 199, Bom Retiro.

Sorella –  Vegetariano com muitas opções veganas. Ficam em frente ao Museu Oscar Niemeyer! – http://www.sorellacentrocivico.com.br/

Veg Integral – Congelados Veganos – Várias delícias para entrega. http://vegfoodintegral.wordpress.com

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Vegetariando pela cidade imperial: Petrópolis.

Mais um feriadão nesse nosso Brasil, e nada melhor que aproveitá-lo com uma viagem curta para uma cidade pequena. Resolvemos voltar a um lugar que gostamos muito: Petrópolis, a cidade imperial na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Aliás, esse artigo aproveita para homenagear essa cidade que em junho celebra as tradições de seus colonos alemães, através da Bauernfest. Admiramos e respeitamos esse povo que deixou a cidade imensamente charmosa com sua arquitetura e paisagismo, mas preferimos evitar as barracas de salsichões esfumaçando, os embriagados com a cerveja a metro e a cidade lotada, e fomos fora da data da festa do colono para aproveitarmos a cidade mais tranquila e mais nossa. Aliás, fomos em clima de Dia dos Namorados.

Petrópolis ainda não tem muitas opções veganas, então o que mostraremos aqui são pequenos espaços que encontramos. Lá também tem as grandes redes em que você pode elaborar seu prato ou lanche 100% vegetal, como o Subway e o Spoleto, mas viagem serve justamente para experimentarmos algo especial, então fuja do trivial e massificante.
No primeiro dia as 2 opções de restaurante que tínhamos em mente tiveram que ficar para os dias seguintes, pois era feriado e eles ficam dentro de galerias que estavam fechadas. Fomos então ao Capitólio Sushi Bar e pedimos misoshiro, kappamaki, futomaki de pepino, shimeji e manga, e shitake ao azeite e alho (no cardápio era na manteiga, mas pedimos para trocar por azeite). O misoshiro (sempre pergunte do que é feito, pois em alguns casos eles usam um tipo de caldo de peixe, mas aqui era a base de água) e o shitake estavam deliciosos.
Escolha vegana no Capitólio Sushi Bar em Petrópolis

Escolha vegana no Capitólio Sushi Bar em Petrópolis

A noite fomos ao Bordeaux, restaurante com adega* que se instalou no antigo celeiro da histórica, intrigante e charmosa Casa do Ipiranga ou Casa dos Sete Erros. Os pratos são limitados e não possuem opções veganas, a não ser castanhas e saladas. Para piorar, fomos desagradavelmente surpreendidos com a oferta de patê de Foie Gras no menu. Bola fora!
No dia seguinte, fomos aos pontos turísticos que não conhecemos na visita anterior. Andamos pelo interior do deslumbrante Palácio Quitandinha, construído em 1944 para ser um hotel cassino. Nessa visita tivemos uma surpresa, pois no jardim de inverno há uma grande gaiola que antes confinava pássaros e hoje é cenário de um borboletário virtual com um efeito muito bonito. Não sabemos se esse borboletário será fixo ou se é temporário, mas achamos ótima a ideia e só reforça que existem métodos substitutivos e mais educativos do que confinar animais de verdade, como nos zoológicos. Hoje o Palácio é sede do Sesc e possui até boliche e pista de gelo (varia conforme a programação). Infelizmente o restaurante do hotel foi desativado. Na frente do Palácio, nos deparamos com lindos cães gordos e limpos, alguns correndo e brincando pelo gramado na beira do lago e outros deitados na entrada do Quitandinha.
Cachorrinha deitada no gramado do Palácio Quitandinha

Cachorrinha deitada no gramado do Palácio Quitandinha

Almoçamos no San Te Tang, um restaurante chinês com serviço de buffet. Ele é ovolactovegetariano, mas o proprietário é um oriental muito atencioso e nos acompanhou pelo buffet discriminando os ingredientes de tudo! Conseguimos compor um prato vegano bem completo e gostoso. De sobremesa, uma torta de banana, com massa vegana. Mas claro, esperamos que o restaurante se torne definitivamente vegano. É o ideal: mais saudável, ético e inclusivo.
San Te Tang, restaurante vegetariano em Petrópolis

San Te Tang, restaurante vegetariano em Petrópolis

Após um café, fomos andando para o nosso destino do dia, a Casa dos 7 erros, na Rua Ipiranga. O centro histórico de Petrópolis é muito bonito, com jardins, praças, lindas casas e palacetes, e ruas seguras, portanto, o ideal é aproveitar a caminhada. Passamos pela praça da Liberdade, praça 14 Bis, Avenida Koeler, a casa da Princesa Isabel (a casa da abolicionista contrasta com a escravidão passando em frente por meio dos cavalos ainda explorados para charrete** de turismo na cidade, as chamadas vitórias), Igreja São Pedro de Alcântara (dessa vez fizemos uma visita rápida, pois já conhecíamos o lugar e sua história; mas recomendamos para todos a visita guiada, onde é possível subir no interior dela. Vale muito a pena. Ela é linda e impressionante em estilo neogótico.), Igreja Luterana, e finalmente, A casa!

Animal explorado em charrete passa em frente a casa da Princesa Isabel

Animal explorado em charrete passa em frente a casa da Princesa Isabel

Construída em 1884 por Karl Spangenberg a mando de José Tavares Guerra, um abolicionista que só usava trabalho remunerado, tem esse apelido devido aos “erros” existentes na arquitetura quando comparados os lados esquerdo e direito da fachada da casa. A estética assimétrica é proposital, e de acordo com o neto de José Tavares, que nos guiou pelos cômodos dela, seu avô acreditava que a beleza está na assimetria harmoniosa, como no rosto de uma bela mulher.
A casa é uma histórica obra de arte intacta. Jardins (de Auguste Glaziou, o mesmo da Quinta da Boa Vista) e interior são originais! Uma sala toda de jacarandá, uma lareira de mármore carrara, as pinturas de teto demonstrando as diversas viagens de seu dono, que faleceu jovem aos 46 anos, mas com muita bagagem. O cheiro, os detalhes e o ambiente em si de dentro da casa nos leva a uma viagem no tempo. Por adorarmos história e lugares mais calmos e exclusivos, onde podemos realmente mergulhar na atmosfera do local, suas informações e transmissões, foi uma visita muito especial.

Casa dos 7 erros ou Casa do Ipiranga

Casa dos 7 erros ou Casa do Ipiranga

No dia seguinte, almoçamos no Alimentação 2000 uma feijoada vegana completa, caseira e gostosa! O lugar é bem simples, dentro de uma loja de suplementos, então tenta seguir uma linha natural, mas derrapando ao incluir no menu pratos com frango e muito queijo. Tivemos sorte de nesse dia ter um prato vegano. No cardápio também tem hambúrguer de soja, mas de acordo com o funcionário, o deles leva ovo na composição.
Feijoada vegana no Alimentação 2000

Feijoada vegana no Alimentação 2000

Após o almoço, fomos caminhar na Rua Teresa, cheia de lojas. Em Petrópolis tem muita opção de couro sintético para roupas e calçados. A hora passou rápido, pegamos nossas mochilas, nos despedimos da cidade e voltamos para casa.
Até o próximo destino, amig@s!

Escreva-nos sugestões nos comentários!

Serviço:

San Te Tang (Restaurante ovolactovegetariano): Rua do Imperador, 288 – Sobreloja: 02 Centro – Petrópolis – RJ (Aprox. R$25,00 por pessoa)

Alimentação 2000 (Lanchonete natural): Rua Dr Alencar Lima, 34 Ljs 6 e 7 , Centro – Petrópolis – RJ (Aprox. R$20,00 por pessoa)

Capitólio Sushi Bar (restaurante comum): Av Dom Pedro I, 270 Centro – Petrópolis 0 RJ (Aprox. R$40,00 por pessoa)

** Saiba mais sobre a exploração de animais para tração e os métodos substitutivos.

NOTA ZERO: 
Petrópolis, pare de escravizar cavalos e bodes! Veja a campanha e matéria na TV AQUI.

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Ilha Grande ainda está pequena para os veganos

Olá amig@s viajantes!

No feriadão do dia do trabalho resolvemos desbravar a Ilha Grande, um paraíso ecológico situado em Angra dos Reis, RJ. Trilhas, praias paradisíacas, mergulho, cachoeira, … muita aventura e natureza preservada!

Bem, mas como a natureza tem várias formas de se manifestar, ela resolveu que teríamos um feriadão de chuva e frio! Com metade da estadia paga e a probabilidade de um dia de sol, resolvemos respirar fundo e se jogar nessa selva de possibilidades!

Aqueduto Ilha Grande Aqueduto de Ilha Grande

Pegamos a barca em Mangaratiba e no caminho avistamos uma turma de botos cinzas brincando pelo mar! Uma sensação mágica e maravilhosa ver animais selvagens de perto e livres em seu próprio habitat, totalmente oposto ao cenário de crueldade que muitas pessoas se contentam e financiam em zoológicos. E após uma hora de viagem, avistamos as montanhas cobertas de verde em meio ao mar.

Como sempre, chegamos famintos já procurando onde comer! Havíamos visto na internet um restaurante que oferecia opção vegetariana. Chegando lá, essa informação estava escrita na placa no menu em frente ao restaurante, o que logo nos dá uma felicidade no coração e no estômago. Entramos, olhamos para a mesa do buffet, procuramos, procuramos… e cadê a opção? Ao perguntar para a atendente no caixa, ela nos respondeu que seriam as saladas. Salada?! Mas salada é apenas entrada! Indagamos que lá fora havia uma placa indicando que haveria opção de pratos sem ingredientes de origem animal, então gostaríamos de saber qual seria o PRATO PRINCIPAL vegetariano. Ela estranhou e confirmou que de vegetariano teriam apenas as saladas. Pois é, eles não tinham a opção vegetariana publicizada, apenas entradas como todo restaurante. Mas já que vegetarianos não vivem só de saladas, um prato principal e acompanhamentos sem nada de origem animal também caem bem, né.

Visitamos o albergue Che Lagarto, nossa primeira opção de hospedagem, mas que não tinha mais reservas para suites. Simplesmente adoramos! Fica entre a praia de Abraão e Abraãozinho (essa menor é mais reservada), e pertinho de uma trilha para Mendes Lopes, mas não indicamos seguí-la se você não for um aficcionado por trilhas, pois ela dura umas 4 horas! Para Mendes Lopes, uma das praias mais lindas da ilha, é indicado pegar um barco de Abrãao para lá. No Che Lagarto o atendimento é receptivo e acolhedor, costuma ter música ao vivo, uma galera jovem e diversificada. Então, para quem gosta de albergues, fica uma ótima dica. Mas na ilha opções de estadia não faltarão.

Depois de muita busca, percebemos que na maioria dos restaurantes a opção de prato principal era um risoto vegetariano. É claro que você pode acabar parando em algum restaurante a quilo com variedade e catar o que eles não misturaram com fiapos de frango, pedacinhos de presunto ou maionese de ovo, mas nas viagens, estamos sempre a procura de comer algo mais especial. Então, resolvemos voltar e almoçar a beira mar em um restaurante com música ao vivo, tocando muito Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, que adoramos e já tivemos o prazer de estarmos presente nos shows de ambos. Mesmo apreciando a música, a fome não deixou de apertar, então pedimos um risoto de legumes. Por ser risoto, e a ideia de vegetarianismo para muitos não significa a isenção de qualquer produto de origem animal, é preciso lembrá-los de não acrescentar queijo. Não achamos uma maravilha e ele lembrava mais um ensopado com arroz, mas veio em uma enorme panela de ferro, que mantinha muito bem a temperatura e o gosto, além de dar um ar deliciosamente rústico e, não sabemos se era a fome após horas andando atrás de comida, mas estava apetitoso.
Risoto vegetariano vegano ilha grande
Risoto vegano solicitado

Ficamos uma horinha escutando a boa música e as ondas do mar, curtindo aquele visual de praia e montanha se encontrando, se deliciando com uma salada e o risoto de legumes e acompanhados de uma cachorrinha muito gorda que pedia o que tínhamos para dar: comida, carinho e em alguns momentos os dois. Jogamos alguns pedacinhos de legumes e a Daniele lhe fez uma massagem que, de acordo com a carinha, a cadelinha curtiu muito!

A Daniele cansaria de fazer massagem nos cães, pois encontramos muitos deles andando por lá, gordos e simpáticos. Alguns até esterilizados. Em um dos sites sobre a Ilha, eles avisam que, se você tem um cão companheiro de viagem, não o leve para o Abraão. É peculiar o fato que todos os cães de lá tem tutor, mas 95% deles vivem nas ruas e são bairristas – não gostam de seus semelhantes que vivem fora e podem atacar. Portanto fica o alerta e lembrem-se sempre de ser um viajante legal. (site fonte)
cão em ilha grande
Cão em Ilha Grande ganhando uma massagem relaxante

Bom, nós não vimos isso acontecer enquanto estávamos lá. Apenas muitos cães passeando e pedindo comida. Mas fica a solicitação amparada pela Constituição Federal, para que a prefeitura de Angra dos Reis, sendo os animais tutelados do Estado e este o responsável em realizar políticas públicas de amparo a eles, que previna a superpopulação dos mesmos na ilha, implementando um sistema público, gratuito e de qualidade para a esterilização, junto com o registro dos animais de lá, assim como o de quem entra na ilha com animais. De acordo com uma amiga nossa, que há anos frequenta a ilha, é visível o aumento de cães andando por lá. É preciso prevenir racionalmente, antes que se torne um problema, como em muitos outros lugares e eles acabem sofrendo com maus tratos e extermínios criminosos.

Para os restaurantes da região, fica a sugestão de se preocuparem mais com o público vegano, expandindo as opções de serviço para pratos principais elaborados sem nada de origem animal. Não é difícil, é um diferencial muito gostoso e necessário. Oferecer um serviço é coisa séria, e não devemos deixar os negócios ilhados assim. Atualização, visão, expansão e aprimoramento sempre! @s vegan@s que visitam a ilha precisam se alimentar bem para aproveitar as maravilhas naturais que ela oferece!

Para curtir a noite, fica a dica de um barzinho na Rua Santana, praia do Abrãao, bem estiloso e fácil de encontrar, que serve uma kafta de legumes (pedir sem queijo) e sushis e enrolados feitos no balcão. Passamos lá em frente quando o proprietário estava arrumando algumas coisas, paramos e conversamos. Ele adorou saber que somos veganos e disse que faria enrolados de frutas e legumes para nós. Mas o bar só abriria a partir das 18h. Quando chegou a noite, choveu muito, as ruas alagaram e ficamos na pousada mesmo. Mas quando voltarmos, com certeza iremos lá!

Infelizmente a chuva não deu trégua e não conseguimos aproveitar as praias da Ilha Grande. Mas fizemos uma trilha bem gostosa na Reserva Ecológica, onde passamos por caminhos formados por tapetes de folhas secas e tetos de copa de árvores, nascentes, uma pequena cachoeira, chegamos até o histórico aqueduto e ficamos maravilhados nos mirantes com vistas indescritíveis da ilha. Na volta, uma cervejinha com batata-frita em um botequim com @s amig@s que encontramos na ilha! Sobrou a vontade de voltar e conhecer melhor esse lugar paradisíaco de população tão simpática.

Se você conhece dicas veganas em Ilha Grande, escreva um comentário para nós!

Até o próximo destino, amig@s!

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Vem que tem em Belém: do cupuaçu ao jambu.

Belém do Pará, 09 de março de 2012.

Olá, amig@s viajantes! Vamos dar algumas dicas para vocês sobre o nosso último destino: Pai d´égua, cupuaçu, chuvas… O que isso tem a ver com viagem? Tudo, quando o assunto é Belém! Estávamos planejando essa viagem há algum tempo, já que o Tiago está trabalhando em um projeto por lá desde Junho deste ano. Ele já conhecia muitos lugares e isso facilitou para aproveitarmos o pouco tempo que tínhamos. A Daniele então, pegou a mochila e o avião, e partiu sozinha para encontrar seu amor por lá e os dois terem a chance de experimentar a cidade juntos.

São quase 4 horas de vôo, e ao chegar em Belém é lindo ver do avião aquela paisagem de floresta tropical densa, com rios serpenteando por elas. A chegada já foi em horário de chuva, claro. Em Belém chove a qualquer momento todos os dias, uma chuvinha quente e gostosa.
Já era hora do almoço e quando nos encontramos não pensamos duas vezes: fomos direto para o Mãe Natureza. Talvez seja o restaurante vegano mais conhecido e frequentado de Belém. O buffet não é tão diversificado, mas a comida é muito gostosa, além de opções de sucos com combinações diferentes que adoramos, e claro, muitos pratos típicos em versões veganas! Comemos arroz a La Oriente, quiche vegano, panqueca Rica, escondidinho de abóbora (espetacular!) e feijão com jambú, acompanhado com suco de couve, salsa, cenoura, abacaxi e maçã. Isso mesmo! Essa mistureba é maravilhosa para quem gosta de estar sempre sentindo novos sabores. De sobremesa, um maravilhoso mousse de cacau.

Depois de poucas horas descansando, já era a tardinha e saímos para caminhar pelo centro, onde paramos no Sala da Fruta (verificar se ainda está aberto) e cada um tomou um gordo shake de guaraná com amendoím e açaí e outro com bacuri, uma fruta nativa não tão difundida no Sudeste quanto o açaí. Esse shake é batido com leite, então é preciso pedir para eles usarem o leite de soja. Se quiser algo mais leve, peça com água, pois ele vale por uma refeição.  Lá eles também tem salgados e pizza veganos. Infelizmente, a pizza estava em falta. Mas tudo bem, pois estávamos mesmo era com vontade de comer o tão esperado hambúrguer do Veg Casa!

shake de açaí bacuri leite de soja do sala da fruta belém

O Veg Casa começou com vendas em frente a eventos e tem um serviço de encomendas na internet. Está crescendo e recentemente já conta também com um local físico, que só tende a melhorar e virar um point vegano, que já atrai uma clientela de todos os tipos! Vale a pena parar e bater um papo com o Frank, idealizador e culinarista do projeto. Ele faz um hamburguer de soja e cenoura e o de berinjela, com pão integral feito na hora, que é uma delícia! Nunca havíamos experimentado um sanduíche em que ao morder, você sente primeiro o aroma convidativo de um pão fresco e nutritivo. Também provamos a esfirra de tomate seco e jambu, uma verdura muito usada na culinária local e que nos deixa com uma engraçada dormência e ardência na boca! E claro, acompanhado de suco de cupuaçu, o elemento mor em Belém!

hamburguer vegano de soja cenoura berinjela e esfirra de jambu e tomate seco

No dia seguinte, dispensamos o café da manhã do hotel e fomos até uma tapioqueria. Lá provamos uma maneira diferente de fazer a tapioca, que não costumamos encontrar no Rio de Janeiro. É a tapioca molhada no leite de coco. Muito gostosa! Depois, passamos em uma farmácia Big Ben, que é uma rede que tem aos montes por lá, e onde se encontra picolés Gam. Os de açaí e açaí com tapioca, são veganos! Uma pena que os demais sabores, todos com frutas típicas, tenham soro de leite. Esse de açaí parece polpa congelada e não nos apeteceu muito, mas valeu experimentar.

tapioca molhada no leite de coco

De lá pegamos um taxi até a Estação das Docas, às margens do rio Guamá. É uma espaço revitalizado, com várias lojas de artesanato, barzinhos e restaurantes, lembrando uma Puerto Madero. Nas barracas de artesanato, encontramos a Jarina, chamada de Marfim Vegetal! É a amêndoa de uma palmeira, que quando seca fica bem dura e muito parecida com o marfim. Dela são feitos botões, bijuterias e estátuas. Uma ótimo substitutivo para a matança desnecessária de animais explorados pela indústria do marfim.

Almoçamos no Bio Mercato, restaurante orgânico, mas não vegano. O prato 100% vegetal do cardápio era a quinoa com legumes. Tomamos 3 sucos diferentes: caucau, amora e tapereba, este último, mais conhecido por nós, como cajá. Recentemente descobrimos que lá abriu uma opção de Buffet. O feijão deles é um dos poucos na cidade que não tem carne. A dona do estabelecimento é super atenciosa e se você informar que é vegan@, ela customizada alguns pratos na hora.

bio mercato belém estação das docas prato vegetariano quino com legumes

Ao sair das docas, íamos para o famoso Mercado Ver-o-peso, mas decidimos passar no Sesc Boulevard antes, onde ocorre diversos shows com artistas locais, além de ter algumas exposições artísticas. Lá estava tendo o Salão Internacional do Humor da Amazônia e havia uma parede para livre manifestação, com canetas penduradas. Claro, deixamos nosso recado sobre Direitos Animais  e veganismo! Saímos então do Sesc e chegamos ao Ver-o-peso, onde compramos um cupuaçu para a mãe da Daniele e voltamos para as Docas para curtir o por do sol, tomando uma caipirinha de… cupuaçu! E o dia acabou na casa da Renata, amiga de infância da Dani, tomando açaí com farinha d’água, bem ao modo paraense.

ula união libertária animal libertação animal direitos animais

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No último dia estávamos dispostos a bater perna! Visitamos a maravilhosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré que é muito conhecida pelo Círio e possui uma arquitetura fabulosa. Aproveitamos para ir à praça da república e descobrir mais alguns lugares e prédios que apesar de históricos ficam bem escondidos. Todos os domingos a praça recebe uma feira com muitos artesanatos regionais e eventualmente uma feirinha de adoção. Além disso, para quem busca mais informação sobre veganismo, irá encontrar @s noss@s amig@s super atencios@s do VEM (Vegetarianos em Movimento), grupo de Direitos Animais de Belém. Não é difícil encontrá-l@s, pois ficam numa tenda com diversos cartazes sobre veganismo.

Na praça também está localizado o Teatro da Paz, um dos mais bonitos do Brasil e muito conhecido pelo festival de ópera que acontece todos os anos.  A visita guiada custa R$4,00, mas acabamos perdendo o horário. Então, se você quer conhecer mais da história do Teatro, que têm mais de 130 anos, chegue lá às 11:40h e espere a visita de 12h, pois eles são muito pontuais. E então, chegamos ao lugar que mais gostamos da viagem, e que o Tiago ainda não conhecia, o Forte do Castelo ou Forte do Presépio. O lugar é muito bonito, calmo e tem uma vista maravilhosa da cidade!
Dali, aproveitamos que estávamos perto das Docas (em Belém é tudo pertinho) e voltamos para o Marujo’s Bar, onde havíamos parado na tarde anterior e vimos no cardápio que eles tinham um prato vegano composto por refogado de proteína de soja, arroz, batata palha e farofa de banana (peça feita no óleo, e não na manteiga). Sentamos de frente para o rio, fizemos o pedido e nos deliciamos. Depois dali, só restava um espresso, o check in e pensar no próximo destino.

Marujo's bar estação das docas belém prato vegetariano

* Todos os alimentos apresentados são veganos.


EXTRA

Conheça também o Govinda, restaurante indiano lactovegetariano que ganhou o prêmio de melhor PF (prato feito) do Brasil em 2014, feito a base da típica maniçoba.
Endereço: Travessa Padre Prudêncio, 166 – Bairro Campina

Serviço:

Mãe Natureza: Rua Senador Manoel Barata, 889 – próximo à Avenida Presidente Vargas. Aprox R$30,00 por pessoa.

Sala da Fruta: Rua dos Pariquis, 1707 – entre a Avenida Serzedelo Corrêa e a Rua dos Pariquis, Galeria Pariquis, loja 1. Aprox R$15,00 por pessoa.

Veg Casa: http://vegcasa.blogspot.com.br/ Aprox R$ 5,00 por pessoa.

Bio Mercato: Estação das Docas, galpão 2. Aprox R$45,00 por pessoa.

Marujo’s Bar: Estação das Docas, Terminal Fluvial Turístico, loja 04. Aprox 30,00 por pessoa.

Grupo VEM – Vegetarianos em Movimento: http://vegetarianosemmovimento.blogspot.com.br/

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