Roteiro vegano para uma viagem animal na incrível Bonito

Fazia meses que não viajávamos. A última vez foi uma volta a Curitiba para o Congresso Vegetariano. Então, decidimos ir para uma região do Brasil que ainda não conhecíamos, a centro-oeste, na cidade de Bonito em Mato Grosso do Sul, eleita o melhor destino de ecoturismo do Brasil. Ainda tivemos a companhia de um casal de amigos super especiais, pois a Gracielle é co-fundadora da União Libertária Animal junto com a Dani. Então o Vegetariando por Aí pisou em solo bonitense com reforços. rs

Bonito é um destino muito concorrido, por isso, planeje sua viagem com no mínimo 6 meses de antecedência. Nós fomos comprar as passagens antes, e quando tentávamos hotel e ingressos, quatro meses antes da viagem já estava tudo esgotado. Achar uma agência e um hotel com vagas foi quase um milagre. Outra informação importante é que por questões de preservação, o número de pessoas em cada passeio é limitado, e não se vende no local, só por meio das agências de turismo. Mas é tudo muito organizado. E há muitos hotéis que tem agência própria. Nós fomos pela Bonitour e correu tudo bem.

Mas o desafio desse destino não acabou por aí. Antes de ir, pesquisamos bastante e descobrimos que até a década de noventa, Bonito tinha como principal atividade a pecuária. Imagine veganos pisando lá! E por conta disso, é uma cidade basicamente constituída por latifúndios privados. O interessante é que ao descobrir o potencial turístico dentro das fazendas, os proprietários foram gradualmente dando mais espaço ao turismo, transformando as fazendas em Reservas Ambientais e reflorestando as áreas degradadas pela pecuária. Por isso, a maioria dos passeios turísticos em Bonito estão dentro de propriedades privadas.
Pecuária = desmatamento e escravidão.  70% dos grãos alimentam a pecuária, não humanos.
O QUE PASSAMOS LONGE

É claro que algumas das fazendas continuam dividindo suas atividades entre o turismo e a pecuária, mas como condição de irmos a Bonito, resolvemos pesquisar e encontrar as que por ventura, abandonaram tal atividade, se dedicando apenas ao turismo. Até porque, 60% do que se paga em cada passeio é repassado diretamente para o dono da propriedade, e não gostaríamos de pagar nada a um pecuarista, atividade que mais mata animais e degrada o meio ambiente.

Não boicotamos nenhuma cidade por ter atividade de exploração animal. Qual é isenta disso? Nós queremos justamente identificar e problematizar essa exploração, dar atenção a esses animais com um foco diferente do mostrado no turismo como romantizada, tirando-os da invisibilidade. Mas o principal, que é o tom do nosso blog, é mostrar que podemos aproveitar o melhor, fazendo escolhas éticas. E que a cidade tem potencial sem explorar animais. Precisamos ocupar espaços. Então descobrimos que ainda dividem suas atividades entre turismo e pecuária:

– Recanto Ecológico Rio da Prata, que é também a Fazenda Cabeceira do Rio da Prata e tem a flutuação na Lagoa Misteriosa. A Estância Mimosa é do mesmo grupo.
– Fazenda Boca da Onça, com o rapel na cachoeira boca da onça.
– Fazenda São Geraldo, que tem flutuação no Rio Sucuri.

Além disso, procriam animais silvestres em cativeiro ou domesticam animais soltos para que fiquem a disposição para turistas os manusearem e tirarem fotos:

– Projeto Jiboia: se traveste de projeto ambiental, procria cobras artificialmente para venda e as usa para diversão de turistas.
– Fazenda Rio do Peixe: apesar de terem parado com a pecuária, há diversas araras que eles domesticaram e que são manuseadas por turistas. Há quem fale até de corte de asas.
– Balneário do Sol: um verdadeiro horror, com diversos animais amarrados em árvores para os turistas fazerem o que bem entender.
– Cavalgada: nem pensar.

É triste  ver que há pessoas que estão em meio a natureza para explorá-la e torná-la dependente, e que há turistas que escolhem um lugar de natureza exuberante para se divertir com animais confinados ou domesticados, usados como recursos. Muito paradoxal. A beleza de um animal está em sua liberdade, vivendo para suas próprias razões. Defendê-los não é criar outros artificialmente como animal doméstico, é preservar seu habitat e estimular que as pessoas os admirem em liberdade, não como propriedade. E abaixo há exemplos disso.
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OS PASSEIOS QUE FIZEMOS E QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE FAZER TAMBÉM
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Bom, após levantar o que não iríamos compactuar, criamos o nosso roteiro de 3 dias inteiros (reserve os dias de viagem apenas para isso, já que após chegar no aeroporto de Campo Grande, a viagem por terra até Bonito é de 4 horas. Há aeroporto em Bonito, mas os vôos são bem caros e apenas 2 por semana). São basicamente 2 passeios por dia, já que geralmente são de meio período.
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Gruta do Lago Azul: Lugar espetacular. Não tem mergulho, é para fazer a trilha gruta abaixo e contemplar a cor da água do lençol freático e as estalactites de calcário. O lugar foi tombado e agora é da União. É espetacular.
Balneário Municipal: o passeio mais em conta. O interessante é que em domingos e feriados, só pode entrar moradores da cidade. Por ele passa o Rio Formoso, onde nadamos com peixes piraputangas lindos. Esse você pode comprar o ingresso direto no local, e dá pra ir de bicicleta alugada no centro. Na parte da manhã, vários miquinhos visitam o balneário, ficam comendo frutas pelas árvores e olhando curiosos para as pessoas. São lindos e super inteligentes.

Buraco das Araras: é o mais longe de Bonito e se observa aves livres fazendo seus ninhos nessa cratera. Com o sucesso do Buraco das Araras, aos poucos as atividades de pecuária da Fazenda Alegria foram dando lugar para a organização turística, mais rentável e mais prazerosa para a família, que via seu lugar ser cada vez mais admirado e respeitado por pessoas de diversos lugares do Brasil e do mundo.

A trilha e a cratera por si só são um espetáculo que vale a visita. Ver os animais é algo espontâneo e inesperado, já que estão livres em seu habitat natural, sem nenhuma domesticação, o que torna o momento incrivelmente especial. As araras costumam passear quando o tempo está mais fresco. Nós fomos a tardinha e tivemos a sorte de ver um grupo em uma árvore, e em um momento revoaram juntas, grasnando e dando voltas até irem onde bem entenderam e sumiram pelas árvores. Foi emocionante.

Aquário Natural: Essa propriedade até o ano de 1987 fazia parte de uma grande fazenda “Três Rios”, que tinha como atividade econômica a pecuária de corte. Nessa época não havia a preocupação com os rios e as florestas, sendo que esses eram explorados de maneira desordenada e predatória. Partes das matas ciliares foram desmatadas para formação de pastagem e as nascentes do rio Baía Bonita eram usadas como bebedouro para o gado. Após a aquisição da área, os atuais proprietários suspenderam a atividade da pecuária, iniciaram os trabalhos de recuperação das matas, das nascentes e dos rios, e começaram a estruturar a propriedade para implantação da atividade do ecoturismo. A partir de agosto de 1995, com a obtenção do licenciamento ambiental o empreendimento turístico Reserva Ecológica Baía Bonita “Aquário Natural” inicia suas atividades voltadas ao ecoturismo. Essas atividades consistem na flutuação do rio Baía Bonita, contemplação e lazer no rio Formoso. Eles possuíam um mini zoológico com animais silvestres da região. Felizmente não existe mais.

Bike Tour Lobo Guará: foram 18 km de muita diversão e contemplação, pedalando por estradas, trilhas e chegando no rio formosinho para um mergulho. Antes, plantamos mudas de árvores em uma área onde está sendo reflorestada. O projeto Lobo Guará já plantou mais de 2 mil mudas de árvores nativas do cerrado e mata atlântica. O Márcio, idealizador desse projeto, também faz campanha por atitudes e politicas públicas para proteger animais nativos da região que constantemente morrem atropelados nas rodovias da região, como tamanduás e antas. Diminuição da velocidade e passagens subterrâneas seriam medidas que salvariam muitos animais dessa chacina.

Boia Cross: Fica no hotel Cabanas, que é próximo ao Balneário Municipal. Preferimos o boia cross ao bote, por esse parecer mais divertido.

Centro: a principal rua de Bonito é a Coronel Pilad Rebuá. É nela onde tudo se encontra, com a pequena feira dos artesãos, bikes para aluguel, agências, lojas, restaurantes, etc. Os demais estão em ruas transversais a esta.

Nós tivemos a oportunidade de ver muitos animais vivendo naturalmente em liberdade no seu próprio habitat natural, longe de qualquer domesticação. O legal disso é que ocorre de forma totalmente inesperada e espontânea, tornando o momento simplesmente mágico, vendo animais cheios de si. Aranhas, tucanos, araras, ubus, jacarés, jiboia, micos, peixes, etc.
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COMO FOI PARA COMER?
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Bonito não possui nenhum restaurante vegetariano, mas há lugares com opções marcadas no cardápio, geralmente ovolactovegetariana, mas que algumas dá pra mudar ingredientes. E outros restaurantes com buffet bem variado, possibilitando um prato muito rico. Nós conseguimos nos alimentar muito bem em Bonito.
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Restaurante Arco Íris: Fica na rua principal do centro, próximo a praça e ao Oca. Abre para almoço e jantar. É buffet livre a R$21,00. A comida é simples e muito gostosa. Dá pra fazer um prato bem bonito, gostoso e saciável com aquela cara de comida caseira. Verifique se o macarrão é de sêmola.
Restaurante da Vovó: o dono é muito simpático. Toda a equipe foi muito atenciosa. Aliás, parece que todos em Bonito são super gentis e educados. A comida é espetacular e feita em fogão a lenha e panelas de barro. Com uma variedade maravilhosa desde a parte da salada aos pratos quentes com legumes refogados. Então mesmo não tendo um “prato principal” vegetariano/vegano, isso não fez falta alguma. Jantamos lá um noite e no dia seguinte voltamos para o almoço. Fica na Rua Sen Filinto Muller, próximo ao Palácio dos Sorvetes.
Balneário Municipal: Lá dentro tem 3 restaurantes. No dia que visitamos o balneário, almoçamos no do meio pedindo porções: mandioca, batata frita, arroz, feijão e salada. Ah, e suco de guavira, uma fruta típica do cerrado, deliciosa!
Kiosque Trattoria: restaurante italiano e natural que inaugurou recentemente na Villa Rebuá, localizada na rua principal do centro de Bonito. Tem muitas opções vegetarianas no cardápio e algumas veganas. Você escolhe uma massa (tem que verificar qual não tem ovos), o que acompanha e um molho. Nas opções de proteína, tem almôndegas de linhaça e castanha do pará. Para sobremesa tem sorvets. O lugar é muito charmoso, tranquilo e perfeito para tomar um vinho. Aproximadamente R$30,00 por pessoa.
Taboa Bar: No cardápio do Taboa, que é um bar com música ao vivo e o mais badalado de Bonito, tem hamburguer vegetariano sem ovo na composição. Ele vem acompanhado de arroz e legumes na manteiga, que basta pedir para trocar por azeite no preparo. É muito gostoso. Custa R$25,00. O Taboa também produz cachaça, mas ela é feita com mel.
Oca Restaurante: Opção também para de noite, é o segundo mais popular de Bonito. Tem muitas opções ovolactovegetarianas no cardápio, como mandioca recheada, hamburguer e tapiocas. O que conseguimos comer foi a tapioca de pizza sem o queijo (e fica bem gostosa) e a batata frita. Deixamos de sugestão na página deles a troca no queijo animal por queijo de mandioca ou creme de milho.
Palácio dos Sorvetes: Com mais de 70 sabores, possui uns 15 sem lactose. Jamelão, graviola, cajamanga, genipapo, umbu, amora, acerola, limão,… Os melhores são tangerina e cupuaçu. Cada pote que fizemos, com várias bolas de cada sabor, deu R$11,00 e pouco.
Delícias do Cerrado: é uma sorveteria que não tem opções sem lactose nos sorvetes de pote. Mas lendo os ingredientes, você pode encontrar alguns picolés sem leite, e provar alguns de frutas típicas bem diferentes. O de murici é muito gostoso.
Feira do artesão: Além de lembrancinhas, tem a venda cachaça, licor e doces. Fica na rua principal do centro.
Lindo ver como as coisas podem mudar, né? Como animais podem ser admirados e protegidos em liberdade no seu próprio habitat natural. Como famílias podem mudar sua atividade econômica de exploratória para ambiental, e uma cidade inteira seguindo esse caminho. Foi um destino que nos lembrou muito a campanha Quebre Gaiolas e Plante Árvores da União Libertária Animal (ULA). Cada iniciativa pessoal é importante e inspira outras. E você? Tem mais dicas pra gente? Compartilha nos comentários e confira os destinos passados. Até o próximo!
VEJA TAMBÉM:

Vídeo “Animais pedem ajuda” do Bike Tour Lobo Guará mostra tamanduá bandeira morto após atropelamento na beira da estrada em Bonito. Assista e divulgue.

5 comidas típicas e veganas do Brasil

O Brasil tem uma rica e diferenciada culinária herdada principalmente dos indígenas (uso de mandioca, etc.) e dos africanos. A gastronomia faz parte da cultura, e assim como ela, está em constante mudança por meio das interações e questões políticas e sociais. Descobrir novos paladares é se aventurar em novas sensações estimulantes e marcantes. Aqui descrevemos cinco releituras veganas de comidas típicas brasileiras que já provamos  em viagens por aí, e onde as encontramos. Você não pode deixar de provar! Tem sua predileta, ou lugar/receita especial? Conta pra gente nos comentários!
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1. Moqueca com pirão (Paraty)
Prato de origens indígenas típico do Espírito Santo, mas também popular na Bahia, é um cozido mo leite de coco e dendê (este último, na versão baiana), feito e servido especialmente em tacho de barro. Com o caldo da moqueca e a farinha de mandioca, se faz o pirão.
Moqueca vegana de banana da terra, palmito e pimenta de bico. Foto: Vegetariando por aí

Encontramos aqui.

2. Feijoada (Rio)
De origem africana, é o prato brasileiro mais famoso. a feijoada é um guisado onde uma variedade de defumados e/ou legumes são cozidos no feijão. Na feijoada pode ir tofu defumado, proteína texturizada de soja grande, shitake, cenoura, glutadela, linguiça e salsicha vegetal, seitan e uma variedade de legumes.
Feijoada completa. Foto: Vegetariando por aí

Encontramos aqui.

3. Coxinha de jaca verde (São Paulo)
Típica dos botecos de São Paulo, difundida em todo o Brasil, e presença constante em festas, a coxinha é um salgadinho frito. Uma massa de farinha de trigo recheada com pts de soja refogada com azeitonas e tomates, mas interessante mesmo são os recheios de jaca verde desfiada. Em São Paulo dá pra encontrar as coxinhas de jaca verde em vários lugares. Veja aqui alguns. Já em Curitiba, há a versão assada chamada pingo vegano. E no Rio de Janeiro o lançamento do Bela Coxinha.

Coxinha de jaca verde. Foto: Andreia Franco / Jaca Verde

Encontramos aqui.

4. Bobó (Rio e Alagoas)
Purê de aipim, misturado com leite de coco, dendê e nesse caso, os shitakes refogados.

Bobó de shitake. Foto: Vegetariano Social Clube no Rio

Encontramos aqui.

5.  Tapioca (Pará e Alagoas)
De origem indígena no norte do país, também conhecida como beiju, é feita com a fécula extraída da mandioca. O recheio tradicional é com coco ralado.

Tapioca molhada no leite de coco e coco ralado. Foto: Vegetariando por aí

Encontramos aqui.

EXTRA:

Pão de queijo de batata.
Apesar do nome, o pão de queijo, iguaria de Minas Gerais, tem seu gosto típico não do queijo, mas novamente da mandioca, tão presente na nossa culinária.  Ele é feito com polvilho doce e azedo, que é fécula de mandioca. Segue de brinde a receita que é bem fácil! Abaixo.

2 xícaras de polvilho doce

1/2 xícara de polvilho azedo

1 + 1/2 xícaras de pure de batata (inglesa, mandioquinha, doce, etc.)

1/3 de xícara de óleo vegetal

1/4 de xícara de água morna

sal a gosto

1 colher de chá de fermento em pó

Adicione todos os ingredientes numa tigela grande. Misture e amasse tudo com as mãos. Depois faça bolinhas e coloque para assar em fogo baixo por 40 minutos. Coloque em forma untada e com uma distância de um para outro para crescerem.

Escrito por: Daniele de Miranda – Vegetariando por aí.

É leve, é? Turismo vegan em Maceió, Alagoas.

Bem vind@s a mais um destino do Vegetariando por aí! Após explorar delícias veganas no sul, sudeste e norte, resolvemos conhecer das mais belas praias do nordeste brasileiro, o que acabou se desdobrando no lugar mais impressionante já visitado durante o Vegetariando por aí. Pousamos em Maceió, capital de Alagoas, terra dos guerreiros, rendas, mangaba, coco, tapioca, pitanga, castanhas, piscinas naturais… Estado que aboliu a exploração de animais em circos desde 2011 e que tem movimentação vegana em ascensão.
A princípio pensamos em nos hospedar na praia do Francês, por ser badalada e ficar mais perto da Praia do Gunga, mas a distância dela para o centro é considerável. Nos hospedamos então na praia de Pajuçara, que além de muito bonita, tem ótimas opções para lazer e comida, como vocês irão ver mais abaixo. Além disso, fica de frente para as piscinas naturais, a 5 minutos de carro do centro histórico e dos restaurantes que nos interessavam, e a pé do banco de areia de Sete Coqueiros, da feira de artesanato, lojas de conveniência e farmácias.

Piscinas naturais de Pajuçara

Tapioca tradicional

Suco de mangaba

Logo que chegamos no hotel, desfizemos a mala e partimos para o almoço. Ao pegar o taxi já percebemos uma diferença do pessoal do Nordeste, e não estamos falando só do sotaque, mas também do humor típico do Nordeste. O taxista ficou super curioso para saber onde almoçaríamos, o Natureza Viva. O nome chamou a atenção dele, que insistiu em saber mais sobre o local. “É leve, é?”, perguntou umas três vezes. O restaurante é de “comida natural”, que fica perto de Pajuçara, com bufê a quilo e lojinha de produtos naturais, muitos do quais veganos e sem glúten. O lugar não é vegetariano, mas tem opções veganas. Para sanar qualquer dúvida sobre os pratos, chamamos a nutricionista que fica no local, e apesar dela não saber a primeira vista o que seria vegan, nos indicou quais eram os pratos 100% vegetais. A comida não é excepcional, mas é gostosa. O lugar é tranquilo, limpo e o que mais nos surpreendeu, foi a torta de banana sem leite e ovos, feita com aveia e melado. Um dos melhores doces já provado. Então mesmo que você não seja grande fã de pratos doces como a Dani, peça, pois pode se surpreender com essa sobremesa.

Prato vegan no Natureza Viva

Torta de banana vegan do Natureza Viva
Torta de banana vegan do Natureza Viva

Para o dia seguinte agendamos um passeio turístico de van que busca no hotel na hora marcada. Sempre ficamos com o pé atrás com passeio de agência, pois normalmente você acaba ficando preso ao guia, além de ser mais caro do que fazer por conta própria, mas esse não foi o caso. Foi mais confortável, rápido e proveitoso. Além disso, o passeio custaria normalmente R$30,00 para cada um, mas barganhando saiu por R$50,00 para o casal. Então seguimos em direção ao município de Marechal Deodoro, onde passamos rapidamente pela famosa Praia do Francês. A praia não fica devendo em nada para Pajuçara e a estrutura não é tão boa como a de lá, além disso, demos uma lida que o som alto é constante por lá. Depois, chegamos a praia da Barra de São Miguel e de lá pegamos uma lancha (R$25,00) para a tão esperada praia do Gunga. Esse passeio não é tão fundamental, mas não deixa de ser lindo. Tem duas paradas, em um recife de corais e em um banco de areia para um tranquilo banho. De lá a lancha segue para o cartão postal de Alagoas, a praia do Gunga, onde se encontra um passeio de buggy (R$30,00) para as incríveis e cinematográficas falésias!

Água de coco em Barra de São Miguel - AL
Água de coco em Barra de São Miguel – AL

Ao chegar no Gunga nos deparamos com muitas barracas, onde a água de coco é mais que o dobro do valor dos demais locais, mas andando na direção da península com coqueiros a praia vai se tornando mais vazia e paradisíaca. No entanto, o melhor está por vir, e estranhamente não é muito divulgado, fazendo com que muitos acabem por não descobrir esse tesouro natural. Pegamos um buggy na praia do Gunga que nos levou em um passeio por um lindo litoral, rodeado de coqueiros e que desvenda uma visão que parece uma miragem: as falésias, gigantes formações de areias multicolores, desenhadas pelo vento ao longo do tempo, que já foi cenário de filmes como Paraísos Artificiais e O Bem Amado. Ainda nos brinda com uma fonte de água doce para mergulhar. Experiência imperdível. Esse passeio é fundamental, vale até economizar uma grana para fazê-lo, pois é surpreendente. O bugueiro é muito simpático e se voluntaria para tirar várias fotos legais. Aliás, uma “indireta do bem” turística seria “Gente que se voluntaria para tirar foto de casal em viagem”. E nessa viagem conhecemos várias dessas belas e gentis almas!

Incríveis falésias na praia do Gunga, com nascente de água doce.

Passamos por esse e outros carcarás lindos e livres na praia do Gunga, perto das falésias. Passamos por esse e outros carcarás lindos e livres na praia do Gunga, perto das falésias.

Chegamos de volta ao hotel às quatro da tarde e à noite saímos para caminhar na orla e encontramos a sorveteria Bali, com mais de 90 sabores de sorvetes, dentre umas 2 dezenas eram a base de água, sem leite! É só montar como preferir e pesar. Difícil foi escolher e como sempre rola, fizemos uma misturada na ânsia de experimentar de tudo um pouco. Tamarindo, caipirinha, cajá, vinho, mangaba, limão, amora…
sorveteria bali em maceió vegano

Sorvete sem leite na Sorveteria Bali

No terceiro dia acordamos cedo para pegar uma jangada (R$25,00) para as piscinas naturais de Pajuçara. Vale a pena também alugar (caso já não tenha) óculos de mergulho, pois há muitos peixes, ouriços e corais nessas piscinas. Os peixes chegavam perto, morderam nossos dedos, nadaram junto, e ainda ficamos na expectativa de aparecerem tartarugas. Lá também dá para alugar caiaque (R$10,00) para ir até as outras piscinas. Em todas essas piscinas naturais, há barcos bares, para relaxar a vontade.

Peixes se aproximando nas piscinas naturais de Pajuçara

Voltamos às 10 horas, completando 2 horas de passeio. Depois de uma água de coco e um breve descanso chegou a hora de conhecer mais um restaurante com comida vegana em Maceió. Fomos até o Ser-afim, perto da praia de Ponta Verde. O lugar é de longe o mais recomendado por nós. É lactovegetariano, mas sempre com muitos pratos veganos. Comemos uma feijoada de shitake e legumes maravilhosa, que sempre é servida as quartas e sábados, e um guizado provençal também delicioso. Como se não bastassem as delicias, o ambiente do local é encantador, com ótima música, uma linda decoração e o vento característico de Maceió.
opção vegana em maceió restaurante ser-afim

Prato vegan no Ser-afim

À noite jantamos um acarajé dos melhores. Já estávamos sem esperanças de encontrar um vegano, mas achamos na barraca Acarajé Sabor da Bahia em frente à Feira de Artesanato de Pajuçara. Um acarajé caprichado feito por um rapaz que já com a ideia de atender a toda clientela sem exceções, prepara a massa do vatapá e do caruru sem camarão moído. A pimenta foi alertada pelo colega como “veneno”, que quer dizer que é muito forte mesmo para nordestinos, então acredite! A Daniele que ama pimenta já aprendeu que esse alerta não é brincadeira e pediu para colocar bem pouca, pois sem não tem graça, o que já rendeu algumas tosses.
Reservamos o quarto dia para conhecer o centro histórico de Maceió. Para quem ficar mais dias pela cidade, há diversos outros passeios que parecem valer a pena, como o Delta de São Francisco com dunas e o por do sol no passeio das Sete Ilhas na lagoa do Mundaú. O centro histórico, apesar de não ser muito divulgado, nem valorizado pelo turismo, já que perde a atenção para as praias, é muito rico com seus diversos prédios históricos de arquitetura barroca e neoclássica, com museus e igrejas.
O segredo é ir para a Praça Floriano Peixoto, popularmente conhecida como Praça dos Martírios. Lá perto tem o restaurante Sels, que é lactovegetariano, mas não encontramos opção vegana. O lugar é muito simples, a parte de leitura é apenas religiosa e há uma lojinha de produtos onde se encontra missô, salsicha de soja, dentre outros, como no Natureza Viva. Nessa praça estão o Palácio do Governo, que é um prédio neoclássico muito bonito e aberto a visitação quando não há reuniões. Nesse dia não demos sorte, pois o governador estava em reunião com ministros.
praça marechal maceió

Praça Marechal Deodoro ou Praça dos Martírios

Olhamos por fora o prédio da antiga intendência e a Igreja dos Martírios, que é muito bonita e diferente, com azulejos e torres de porcelana. Às 14h abriu o Museu Fundação Pierre Chalita, com um grande e imponente acervo de artes sacras. Esse museu é mantido com recursos particulares. Fomos recebidos por um menino responsável pela limpeza do local, e como o guia faltou no dia por questões médicas, foi ele quem nos acompanhou, explicando muito bem sobre a história das peças e do local, assim como as dificuldades de gerir e manter o espaço sem ajuda governamental, além da pouca visitação.

Museu Pierre Chalita

Descendo a rua da igreja em direção a praia, encontramos outros prédios históricos sendo restaurados, a Catedral de Maceió e subindo a rua do lado dela tem o mirante Santa Luzia. Voltando para a rua da igreja, passamos pelo Artesanato dos Guerreiros, prédio da Academia de letras e chegamos a praia onde tem o Museu Theo Brandão, um dos prédios mais bonitos e com acervo da cultura alagoana mantido pela UFAL.

Museu Théo Brandão

A tarde comemos tapioca tradicional com suco de pinha e de umbu-cajá. E a noite recebemos a encomenda da Amanita Veg, que é um delivery de lanches veganos. O único serviço genuinamente vegano que tivemos contato na cidade. Pedimos salgadinhos e uma quiche de “falso camarão” feito com repolho, cenoura refogada e um bobó de verduras. Uma delícia! A massa também é saborosa e leve. Deu até para fazer uma marmita para a viagem!

Quiche de “falso camarão” do Amanita Veg

Fechamos com uma dica importante que é consultar a tábua de mares antes de agendar a viagem, para ir quando a maré está baixa, e assim poder aproveitar os mares mais calmos, as piscinas naturais e uma cor de mar indescritível! Esperamos então ter conseguido inspirar boas sensações e proveitos dessa terra, valorizando tanto sua beleza natural que deve ser respeitada em vida, quanto a sua riqueza cultural e histórica, que não precisa se pautar em exploração animal. Caso já conheça, compartilhe aqui conosco suas impressões e descobertas, e se tiver se motivado a visitar Maceió, nos leve junto de volta! Até o próximo destino! Onde será? Mande-nos sugestões!

SERVIÇO

Restaurante Ser-Afim
Rua Paulina Maria de Mendonça, 141, Jatiúca
Horário de funcionamento: terça a domingo, das 12h às 15h
Mais informações: 3313-3155

Amanita Veg Delivery
Pedidos com 3 dias de antecedência: amanitaveg@gmail.com

Natureza Viva

Av. Fernandes Lima, 879 – Farol (perto da praia de Ponta Verde)

Horário: Segunda a sexta das 11h às 15h

Sorveteria Bali

Avenida Dr Antônio Gouveia 451, Praia de Pajuçara.

Acarajé Sabor da Bahia

Barraca em frente a feira de artesanato na praia de Pajuçara.

Av. Doutor Antonio Gouveia, 1447

Sels

Rua da Alegria, Centro.

GRUPOS DE PROTEÇÃO ANIMAL E DIREITOS ANIMAIS DE MACEIÓ (achamos por pesquisa na internet.Não os conhecemos pessoalmente)

Ong Criaturas do Bem

Grupo Vida Animal de Maceió (GVAM)

Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (NEAFA)

NOTA ZERO:
Empresa de Maceió SOCOCO escraviza burros para economizar na produção. VEJA AQUI.

MAIS FOTOS:

Vem que tem em Belém: do cupuaçu ao jambu.

Belém do Pará, 09 de março de 2012.

Olá, amig@s viajantes! Vamos dar algumas dicas para vocês sobre o nosso último destino: Pai d´égua, cupuaçu, chuvas… O que isso tem a ver com viagem? Tudo, quando o assunto é Belém! Estávamos planejando essa viagem há algum tempo, já que o Tiago está trabalhando em um projeto por lá desde Junho deste ano. Ele já conhecia muitos lugares e isso facilitou para aproveitarmos o pouco tempo que tínhamos. A Daniele então, pegou a mochila e o avião, e partiu sozinha para encontrar seu amor por lá e os dois terem a chance de experimentar a cidade juntos.

São quase 4 horas de vôo, e ao chegar em Belém é lindo ver do avião aquela paisagem de floresta tropical densa, com rios serpenteando por elas. A chegada já foi em horário de chuva, claro. Em Belém chove a qualquer momento todos os dias, uma chuvinha quente e gostosa.
Já era hora do almoço e quando nos encontramos não pensamos duas vezes: fomos direto para o Mãe Natureza. Talvez seja o restaurante vegano mais conhecido e frequentado de Belém. O buffet não é tão diversificado, mas a comida é muito gostosa, além de opções de sucos com combinações diferentes que adoramos, e claro, muitos pratos típicos em versões veganas! Comemos arroz a La Oriente, quiche vegano, panqueca Rica, escondidinho de abóbora (espetacular!) e feijão com jambú, acompanhado com suco de couve, salsa, cenoura, abacaxi e maçã. Isso mesmo! Essa mistureba é maravilhosa para quem gosta de estar sempre sentindo novos sabores. De sobremesa, um maravilhoso mousse de cacau.

Depois de poucas horas descansando, já era a tardinha e saímos para caminhar pelo centro, onde paramos no Sala da Fruta (verificar se ainda está aberto) e cada um tomou um gordo shake de guaraná com amendoím e açaí e outro com bacuri, uma fruta nativa não tão difundida no Sudeste quanto o açaí. Esse shake é batido com leite, então é preciso pedir para eles usarem o leite de soja. Se quiser algo mais leve, peça com água, pois ele vale por uma refeição.  Lá eles também tem salgados e pizza veganos. Infelizmente, a pizza estava em falta. Mas tudo bem, pois estávamos mesmo era com vontade de comer o tão esperado hambúrguer do Veg Casa!

shake de açaí bacuri leite de soja do sala da fruta belém

O Veg Casa começou com vendas em frente a eventos e tem um serviço de encomendas na internet. Está crescendo e recentemente já conta também com um local físico, que só tende a melhorar e virar um point vegano, que já atrai uma clientela de todos os tipos! Vale a pena parar e bater um papo com o Frank, idealizador e culinarista do projeto. Ele faz um hamburguer de soja e cenoura e o de berinjela, com pão integral feito na hora, que é uma delícia! Nunca havíamos experimentado um sanduíche em que ao morder, você sente primeiro o aroma convidativo de um pão fresco e nutritivo. Também provamos a esfirra de tomate seco e jambu, uma verdura muito usada na culinária local e que nos deixa com uma engraçada dormência e ardência na boca! E claro, acompanhado de suco de cupuaçu, o elemento mor em Belém!

hamburguer vegano de soja cenoura berinjela e esfirra de jambu e tomate seco

No dia seguinte, dispensamos o café da manhã do hotel e fomos até uma tapioqueria. Lá provamos uma maneira diferente de fazer a tapioca, que não costumamos encontrar no Rio de Janeiro. É a tapioca molhada no leite de coco. Muito gostosa! Depois, passamos em uma farmácia Big Ben, que é uma rede que tem aos montes por lá, e onde se encontra picolés Gam. Os de açaí e açaí com tapioca, são veganos! Uma pena que os demais sabores, todos com frutas típicas, tenham soro de leite. Esse de açaí parece polpa congelada e não nos apeteceu muito, mas valeu experimentar.

tapioca molhada no leite de coco

De lá pegamos um taxi até a Estação das Docas, às margens do rio Guamá. É uma espaço revitalizado, com várias lojas de artesanato, barzinhos e restaurantes, lembrando uma Puerto Madero. Nas barracas de artesanato, encontramos a Jarina, chamada de Marfim Vegetal! É a amêndoa de uma palmeira, que quando seca fica bem dura e muito parecida com o marfim. Dela são feitos botões, bijuterias e estátuas. Uma ótimo substitutivo para a matança desnecessária de animais explorados pela indústria do marfim.

Almoçamos no Bio Mercato, restaurante orgânico, mas não vegano. O prato 100% vegetal do cardápio era a quinoa com legumes. Tomamos 3 sucos diferentes: caucau, amora e tapereba, este último, mais conhecido por nós, como cajá. Recentemente descobrimos que lá abriu uma opção de Buffet. O feijão deles é um dos poucos na cidade que não tem carne. A dona do estabelecimento é super atenciosa e se você informar que é vegan@, ela customizada alguns pratos na hora.

bio mercato belém estação das docas prato vegetariano quino com legumes

Ao sair das docas, íamos para o famoso Mercado Ver-o-peso, mas decidimos passar no Sesc Boulevard antes, onde ocorre diversos shows com artistas locais, além de ter algumas exposições artísticas. Lá estava tendo o Salão Internacional do Humor da Amazônia e havia uma parede para livre manifestação, com canetas penduradas. Claro, deixamos nosso recado sobre Direitos Animais  e veganismo! Saímos então do Sesc e chegamos ao Ver-o-peso, onde compramos um cupuaçu para a mãe da Daniele e voltamos para as Docas para curtir o por do sol, tomando uma caipirinha de… cupuaçu! E o dia acabou na casa da Renata, amiga de infância da Dani, tomando açaí com farinha d’água, bem ao modo paraense.

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No último dia estávamos dispostos a bater perna! Visitamos a maravilhosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré que é muito conhecida pelo Círio e possui uma arquitetura fabulosa. Aproveitamos para ir à praça da república e descobrir mais alguns lugares e prédios que apesar de históricos ficam bem escondidos. Todos os domingos a praça recebe uma feira com muitos artesanatos regionais e eventualmente uma feirinha de adoção. Além disso, para quem busca mais informação sobre veganismo, irá encontrar @s noss@s amig@s super atencios@s do VEM (Vegetarianos em Movimento), grupo de Direitos Animais de Belém. Não é difícil encontrá-l@s, pois ficam numa tenda com diversos cartazes sobre veganismo.

Na praça também está localizado o Teatro da Paz, um dos mais bonitos do Brasil e muito conhecido pelo festival de ópera que acontece todos os anos.  A visita guiada custa R$4,00, mas acabamos perdendo o horário. Então, se você quer conhecer mais da história do Teatro, que têm mais de 130 anos, chegue lá às 11:40h e espere a visita de 12h, pois eles são muito pontuais. E então, chegamos ao lugar que mais gostamos da viagem, e que o Tiago ainda não conhecia, o Forte do Castelo ou Forte do Presépio. O lugar é muito bonito, calmo e tem uma vista maravilhosa da cidade!
Dali, aproveitamos que estávamos perto das Docas (em Belém é tudo pertinho) e voltamos para o Marujo’s Bar, onde havíamos parado na tarde anterior e vimos no cardápio que eles tinham um prato vegano composto por refogado de proteína de soja, arroz, batata palha e farofa de banana (peça feita no óleo, e não na manteiga). Sentamos de frente para o rio, fizemos o pedido e nos deliciamos. Depois dali, só restava um espresso, o check in e pensar no próximo destino.

Marujo's bar estação das docas belém prato vegetariano

* Todos os alimentos apresentados são veganos.


EXTRA

Conheça também o Govinda, restaurante indiano lactovegetariano que ganhou o prêmio de melhor PF (prato feito) do Brasil em 2014, feito a base da típica maniçoba.
Endereço: Travessa Padre Prudêncio, 166 – Bairro Campina

Serviço:

Mãe Natureza: Rua Senador Manoel Barata, 889 – próximo à Avenida Presidente Vargas. Aprox R$30,00 por pessoa.

Sala da Fruta: Rua dos Pariquis, 1707 – entre a Avenida Serzedelo Corrêa e a Rua dos Pariquis, Galeria Pariquis, loja 1. Aprox R$15,00 por pessoa.

Veg Casa: http://vegcasa.blogspot.com.br/ Aprox R$ 5,00 por pessoa.

Bio Mercato: Estação das Docas, galpão 2. Aprox R$45,00 por pessoa.

Marujo’s Bar: Estação das Docas, Terminal Fluvial Turístico, loja 04. Aprox 30,00 por pessoa.

Grupo VEM – Vegetarianos em Movimento: http://vegetarianosemmovimento.blogspot.com.br/

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